Casinha Pequenina (1963)
Se tivéssemos que
eleger a obra-prima de Amácio Mazzaropi, ela seria, sem sombras de dúvida, Casinha
Pequenina.
Não só por se tratar
de um "filme de época", o que já significa, para os padrões
cenotécnicos da PAM Filmes, boa dose de mania de grandeza, mas o esmero dado
aos figurinos, os cenários bem escolhidos, os recursos e o time de técnicos
empregados bem como o elenco estrelado. A preocupação de se reconstituir o
Brasil em final do século XIX é levado muito a sério, obtendo a verossimilhança
de se tirar o chapéu.
O casamento entre
Glauco Mirko Laurelli (direção) e Milton Amaral (roteiro) dá ao filme uma
tônica legal e equilibrada entre a comédia e o drama, com interpretações
soberbas, reviravoltas rocambolescas bem costuradas e uma tensão que se segue
num crescendo.
Mazzaropi talvez tenha
sido um tanto quanto ousado em querer fazer rir em uma história que se passa
nos últimos anos do regime escravocrata no Brasil.
No entanto, vemos mais
uma vez um fazendeiro ganancioso, um casamento arranjado, os choques entre os
pais conselheiros e um filho obstinado e impulsivo, o maniqueísmo quadrado, o happy end previsibilíssimo e a
trilha musical excessiva de Hector Lagna Fietta.
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