A Carrocinha (1955)


Depois de ter lançado três filmes de grande sucesso pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, Amácio Mazzaropi vai trabalhar como ator contratado para a Fama Filmes.

O filme, com produção assinada pelo argentino Jaime Prades (que, segundo reza a lenda, produziria anos depois o clássico El Cid, com Charlton Heston), utiliza (embora com certo requinte na direção e melhor elaboração do roteiro) a mesma ideia de Sai da Frente. Mas Agostinho Martins Pereira consegue ser mais interessante que Abílio Pereira de Almeida...

Já existe um tom de proteção aos animais, nessa simbologia que confere à "carrocinha" uma espécie de carro maligno, que vai ceifando das casas e das famílias toda a felicidade. Mas o laçador de cães Jacinto é um homem de contornos psicológicos nobres que, mui malandramente, engana o Prefeito para juntar a grana necessária e casar-se com a linda Ermelinda (Doris Monteiro).

Quem rouba a cena de Mazzaropi é, sem sombras de dúvida, o lendário cão Duque. Reza a lenda que o cão adestrado tinha um dos maiores salários da Vera Cruz, inclusive ganhando mais que Anselmo Duarte, galã dos estúdios de São Bernardo do Campo.

A fuga dos cães rumo à cidade, salvando Jacinto da fúria popular à porta da igreja no instante do seu casamento, é um dos mais altos momentos de toda a filmografia de Mazzaropi.

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