O Noivo da Girafa (1957)


Os filmes que compõem a trilogia carioca de Mazzaropi têm o interessante diferencial de possuírem uma narrativa mais ágil, uma montagem engenhosa, muito fôlego para o humor, e um humor mais escrachado, diga-se de passagem.

Os personagens secundários não caminham apenas pelo filme, mas possuem características marcantes, imprimem a sua relevância.

É com estas características que é lançado, no ano de 1957, este O Noivo da Girafa. Que segue a mesmíssima cartilha de O Fuzileiro do Amor (1956). A Cinedistri, que anos mais tarde lançaria o clássico O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, manteve uma coerência em todos os filmes protagonizados por Mazzaropi. Porque eram filmes que davam muito retorno, e não havia motivo para alterar a fórmula.

Mazzaropi é Aparício Boamorte, um moço pobre que trabalha no Jardim Zoológico, e lá sempre é incomodado pelo chefe e por seus dois colegas de trabalho. Sua grande amiga é uma girafa, com a qual passa toda a parte de seu trabalho conversando. Aparício mora em uma pensão onde residem as mais diversas espécies de pessoas. Tem o rapaz estudante de Medicina, querendo que as pessoas já o respeitem como médico sem ter recebido o diploma. Tem o boêmio despreocupado (Roberto Duval), amigo de Aparício. Tem a moça não muito bonita, que nutre uma paixão secreta por Aparício. E tem o dono da pensão, um português muquirana e ganancioso, pai de uma menina graciosa e de Clara, amor secreto de Aparício.

O filme tem uma intrincada sequência de erros e acertos, que vai jogando o enredo de um lado para outro, complicando cada vez mais a trama. Roteiro elaborado foi um luxo que Mazzaropi gozou apenas em sua passada pela Cinedistri, luxo esse que pouco existiu na Companhia Cinematográfica Vera Cruz e praticamente foi abandonado quando Mazzaropi tornou-se o próprio produtor.

Comentários

Vagner disse…
Gostei do blog! Parabéns!

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