Mad Max — A Caçada Continua (1981)

O segundo filme da franquia Mad Max é, sem sombras de dúvida, o melhor. A trama se desenvolve mais, é mais amarrada, mostrando ao espectador um mundo coerente, dentro da lógica ficcional que Miller propõe.

É válido comparar este filme com O Exterminador do Futuro 2 — O julgamento final [James Cameron, 1991], principalmente pelo salto de qualidade e por serem — de certa forma — o ápice "solitário" da trama. Quer dizer, depois do segundo filme, pouca, mas pouca coisa surpreende.

No primeiro filme, Miller escapava por pouco do amadorismo. Aqui o encontramos mais consciente das suas possibilidades cinematográficas. Pela primeira vez nos damos claramente conta que o mundo tenta reerguer de um apocalipse (no filme anterior, isso era apenas sugerido). O inferno de Max assume contornos, digamos, mais definidos. E o surgimento do bobo do girocóptero suaviza a narrativa com certeiros momentos de humor.

A narração em off — que abre e fecha a película — dá um tom de memória, de reconstrução de cenas a partir da lembrança. Se isso dá solenidade ao longa, soa também como gordura — como seria memória, se há cenas em que a "criança feroz" nem sequer conhecia Max ainda ?

Mas nada destrói o conjunto, com cenas do outback australiano magistralmente costuradas em ângulos de câmera sóbrios.

Miller é um diretor muito objetivo é direto. É por isto que, diferentemente de outros filmes com teor semelhante, ele consegue contar tudo em menos de 100 minutos.

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