O Pequeno Príncipe (2015)
Em determinado momento do filme, após ler os manuscritos do Aviador, a garota acha estranho que o menino da história esteja perdido no deserto, sem sentir fome, sede ou cansaço.
É mais ou menos com esse espírito lógico que o filme procura adaptar – e recriar – a fantasia e a poesia do famoso livro do aviador e romancista francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944).
Lançado em 1943, o pequeno livro ilustrado com aquarelas do autor tem alimentado a imaginação de gerações de leitores de todo mundo, com suas palavras de amizade, amor, gratidão e, sobretudo, o poder da infância.
A escolha em colocar nova história em cima de uma obra tão querida e conhecida pelo público é algo arriscado, mas que traz uma visão contemporânea, principalmente em criticar a vida alucinante nas grandes cidades modernas, que acomete crianças e adultos.
Vivemos uma época de releituras e recriações de histórias consagradas, por mais que haja protesto por parte de puristas mais exaltados e fãs mais intransigentes. Sem contar que fidelidade é um termo muito controverso quando se está falando de adaptações literárias para a tela grande.
A releitura sacrifica um pouco o teor poético e filosófico em Saint-Exupéry, mas enche os olhos com momentos de muito lirismo e rara beleza. Portanto o filme, mais do que recontar o livro, mostra a história de alguém que se deixou tocar pelas páginas ao mesmo tempo poderosas e simples do Pequeno Príncipe e que não deixou a infância morrer. E se o livro termina com a lágrima da perda, o filme termina com a emoção de um happy-end no canto dos olhos.
“The Little Prince”
DIREÇÃO Mark
Osborne
ELENCO (vozes) Rachel
McAdams, Paul Rudd, James Franco, Marion Cotillard e Mackenzie Foy.
PRODUÇÃO França,
2015
Avaliação: «««« ½
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