Xou da Xuxa (1986)

O que determina um clássico? Essa é uma pergunta realmente difícil.

Este álbum, apesar de não ser a estreia de Maria da Graça Meneghel (1963), foi quem a projetou fortemente no mercado fonográfico, vendeu mais de 2,5 milhões de cópias e bateu Roberto Carlos.

A Xuxa talvez tenha sido nossa maior babá eletrônica. Não tinha o tino nem a paciência de uma educadora, mas tinha a energia e a descontração de uma babá, de uma cuidadora de crianças, que as queria eternamente belas, envolvidas em onomatopeias e brincadeiras nos versos.

Suas músicas, como reflexo da época, tem aquela batidinha dos teclados tecnopop que destruíram a música dos 80. Para os chatos, a obra musical da cantora e apresentadora gaúcha é vazia por ser comercial. No entanto, sua voz tem animado festas e aniversários infantis há quase trinta anos. Seu álbum está repletos de canções que dominaram o hit-parade da música infantil na segunda metade da década de 1980, e se pá, até hoje.

É engraçado que a Rainha dos Baixinhos explicitava sensualidade não só na capa deste seu álbum de estúdio, mas nos outros que viriam depois. Com blusa rosa transparente mostrando os seios "discretamente", ela se dizia "She-Ra" e cantava a infância eternizada, quase que erotizada. Neste glamouroso orfanato chamado Rede Globo, a musa parecia direcionar seus súditos a uma espécie de uma rebelião romântica contra a sisudez e o baixo-astral.

Embora muitos evangélicos juram que o sucesso dela seja fruto de um pacto com o Capeta, a nossa babá-ninfeta possui uma euforia que encanta até hoje, baixinhos e altinhos de qualquer geração.


Merecem ser escutadas as canções "Doce Mel", "Parabéns da Xuxa", "Quem Qué Pão" e "Turma da Xuxa".

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