Tristeza do Jeca (1961)


Tristeza do Jeca começou como sendo o mais ambicioso projeto de Amácio Mazzaropi até então. E não é por menos. Seria o seu primeiro filme colorido, gravado pelo sistema Eastmancolor, revelado e trucado com os equipamentos avançados da época, na Cidade do México.

O filme teve exibição privilegiada no grande Festival de Cinema Brasileiro da TV Excelsior, e, em 1962, recebe o prêmio Cidade de São Paulo para melhor ator coadjuvante (Genésio Arruda) e melhor música (maestro Hector Lagna Fietta).

Usando como título a clássica canção de Angelino de Oliveira (com quem Mazzaropi inclusive travaria uma estressante disputa judicial), o filme conta a história de dois fazendeiros que disputam as eleições às custas dos seus empregados. O Jeca é uma espécie de líder entre os colonos, de opinião sempre respeitada, o que leva os dois fazendeiros a buscarem o apoio dele.

É recorrente na filmografia de Mazzaropi a caracterização de políticos demagogos, que se aproveitam da ignorância e pobreza do povo para tirar vantagem, um fenômeno realmente raro em terras brasileiras. Com seus cantores que aparecem do nada, com a trilha de fanfarra, as tramas rocambolescas, o maniqueísmo quadrado, com seu tom esgarçado de crítica social e o happy end para lá de previsível, Mazzaropi faz um de seus mais perenes clássicos.

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