O Vendedor de Linguiça (1961-1962)
Os melhores filmes de
Mazzaropi serão sempre aqueles onde o roteiro e a direção são assinados por
outras pessoas, que não ele próprio. Apesar do peso que Amácio Mazzaropi, como
realizador, imprime em suas obras, ainda mais como ator protagonista, faz com
que qualquer brecha criativa seja interessante.
Glauco Mirko Laurelli era
apenas um diretor de dublagem dos antigos estúdios Gravasom, que fora à Itália
para um curso intensivo de dramatização cinematográfica, quando aceitou dirigir
este trabalho de Mazzaropi.
Milton Amaral, esse desconhecido, ficou marcado no
cinema nacional como roteirista não só desse filme, mas de outros de Mazzaropi,
inclusive assinando algumas películas de seu patrão como diretor.
Ainda insistindo em
Mazzaropi como representante de tipos urbanos da grande metrópole paulista, o
filme conta a história de Gustavo, um pai de família honesto e trabalhador,
ainda que de uma rabugice eterna, que sai com o filho pela cidade, vendendo
linguiças por metro.
E como é de acontecer, se mete nas mais absurdas
confusões, inclusive o amor dramático entre sua filha pobre e um filho de
ricaços.
O filme remete às
confusões rocambolescas com contornos de cidade grande já exploradas em Sai
da Frente (1952), A Carrocinha (1955), Chofer de Praça (1959), etc.
O filme tem ritmo, tem trama "amarrada", elementos básicos que vão
cada vez se perdendo à medida que os filmes vão se ruralizando.
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