Estrelas Cadentes
Veja que belas estrelas cadentes.
Não são estrelas, são bombas, querida,
que irão nos exterminar.
Esta será uma linda noite.
Morreremos nesta noite.
E já vejo o sangue escorrendo de sua cabeça
e eu sendo o dono do tiro.
Pegue suas armas, minha flor.
AR-15's, AK-47's, pistolas, espadas e bombas.
As espadas são nossa juventude,
e os nossos hormônios têm o forte cheiro da pólvora.
A vida bem que parece um gigantesco GTA.
Hoje eu estou sensível.
Escuto os helicópteros, as alucinantes músicas do rádio.
Os insetos correm no chão,
piso as flores com meus coturnos.
Carrego o Saara nas mãos, um poema nos lábios.
Sinto-me sozinho mesmo com aplausos para mim...
Na esquina, despedi-me do meu amor.
Eu a vi sendo consumida pelo fogo, clamando por socorro.
E meu carro correu como um raio.
O farol vermelho, o sangue nas sarjetas.
Seu retrato no canto, úmido de gasolina.
Eu vejo uma pedra, no meio do caminho.
Grande e gelada era essa pedra, e era o seu coração.
Toquei como bandeirante, como astronauta, como pessoa atraída, curiosa, amante...
E a pedra explodiu, fez seu apocalipse
como milhões de dinamites emprestadas do inferno.
E se fizeram inúteis todos os meus sonhos.
E meus versos despencaram do alto, tal como as bombas que do alto vêm;
tal como o seu corpo caindo, meu bem,
na cama,
na cova,
no chão que tudo traga
e não entrega nada a ninguém.
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