Kingsman – Serviço Secreto (2014)
Cinema é imagem, mas também é movimento. Essa definição praticamente tautológica da sétima arte me martelou a mente do começo ao fim do deste filme.
Aliás, movimento é algo que também está presente nos filmes “parados”, contemplativos, não-narrativos. O que mais se nota em Kingsman é ritmo.
A trama é ágil, é divertida. A direção hiperacelerada e nervosa de Vaughn não deixa espaço para o tédio. Tudo acontece de acordo, cada coisa acontece no momento certo, cada cena, cada piada, tudo muito orgânico e fluído. As alternâncias entre diálogos e cenas de ação, ainda que bruscas, formam por si só um deleite sensacional.
O filme extrapola a “elegante” comicidade existente nos primeiros filmes do 007. Para os nostálgicos, Kingsman funciona como um exagero respeitoso daquela componente que o Bond de Craig procura – sistematicamente – abdicar. O humor.
Kingsman vai além. Reverencia Bond com total irreverência, sacaneia o mito reconhecendo – e reafirmando – seu gigantismo incontornável na cultura pop. Não esconde a tietagem, faz isso com competência, mesmo não se levando a sério momento algum.
Kingsman é entretenimento estiloso feito com toque de gênio e frescor, é cinema pipoca de altíssimo nível, por mais que essas afirmações pareçam absurdas.
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