O Hobbit: A Desolação de Smaug (2013)

Uma coisa é certa: O Hobbit  A Desolação de Smaug é bem mais divertido que o primeiro. Há momentos em que o filme tem cenas de puro videogame. Peter Jackson sempre carrega no pastelão quando pretende fazer humor, tornando o filme com forte apelo infantil.

Nota-se também que Jackson quer se rebelar, mas não muito. Aliás, a rebeldia que mais causou frisson entre os fãs é a criação de uma elfa guerreira e foffys chamada Tauriel (Evangeline Lilly), e o aparente triângulo amoroso entre Legolas (Orlando Bloom) e o "anão bonitão".

A mera sugestão deste romance parece mais um desespero de seus produtores em preencher os 161 minutos do filme do que, propriamente, colocar uma calcinha numa história de Tolkien completamente ausente de dois cromossomos X juntos.

O dragão falante Smaug é o ponto mais interessante do filme. Com seu discurso literário (solene e retumbante), o dragão se mostra como um personagem coerente e uma força mortal, um obstáculo, ao grupo.

Os filmes de O Hobbit se descolam do grande sucesso de crítica e bilheteria que foi a trilogia O Senhor dos Anéis, do próprio Jackson, porque não se pautam na concisão e na relativa fidelidade literária, como aconteceu na trilogia. Jackson utiliza o livro de Tolkien apenas como balão de ensaio para exageros narrativos e abuso de efeitos especiais.

No mais, muita cena de luta e esgrima nos dá uma sensação de inchaço no filme, de excesso, de cenas repetitivas. 


O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG
(The Hobbit: The Desolation of Smaug)
DIREÇÃO Peter Jackson
ELENCO Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Ken Stott e Graham McTavish
PRODUÇÃO (EUA / Nova Zelândia, 2013, 161 min.)
AVALIAÇÃO n  (regular)

Comentários

Postagens mais visitadas