O 4209
Não sei quem está certo,
Se é esse ou aquele lá,
Só sei que pra longe ou pra perto
Eu sempre pego o São Roberto.
O ônibus passa avoado,
Na pressa, voando ligeiro,
Chegando até derrubar
Nos bancos qualquer passageiro.
A pressa do ônibus é tanta
Que nem o Industrial pode lhe segurar.
Nas lombadas ele vai todo lampeiro
E o traseiro doído temos que aturar !
E se o farol logo lhe fecha?
Xi! A coisa pode ficar feia!
E chego em casa muito antes
De dar uma hora e meia.
E lá nas curvas da Oratório
Ele range, treme, se entorta;
E o motorista, muitas vezes,
Esquece até de fechar a porta...
E com toda essa pressa,
Ao local dos mais distantes,
O tal ônibus faz que nós
Cheguemos em poucos instantes.
Agora, caros senhores, é final de cantoria,
Pois já chegamos no meu ponto;
É nele onde desço a escadaria
Do coletivo um pouco tonto.
Porém ele continua o seu caminho,
A correr, a fazer “barbeiragens”,
E a fazer em nossas costelas
Qualquer tipo de “massagem”!
Mas... deixando isso de lado,
Não é justa a opinião minha
De dizer que ele entre muitos
É o mais rápido da linha?
Enfim, não me importa quem seja o certo,
Se é esse ou aquele lá,
Só sei que pra longe ou pra perto
Sempre hei de pegar o Jardim São Roberto!
© 2004 by F. A. M.
Foto: Luís Fernando Palhares, da página "Ônibus Brasil"
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